A vida não é linear. Mudanças, planejadas ou não, podem acontecer rapidamente. Há quem diga que uma das poucas certezas da vida é a mudança. Sendo assim, uma pausa para descansar, recalcular a rota, cuidar de si ou dos seus parece algo natural, ou pelo menos, deveria ser visto assim. Infelizmente, a realidade do mercado profissional ainda é bastante invasiva em relação a esse aspecto: o de pausar quando preciso. Especialmente com as mulheres, que costumam ter mais frequência de pausas na carreira.
De acordo com o relatório recente publicado pelo LinkedIn, Workforce Report, 28,8% das mulheres pausam suas carreiras mais frequentemente do que os homens, principalmente devido à maternidade e à necessidade de cuidar de familiares.
As interrupções, ainda que legítimas, são frequentemente vistas com desconfiança. O fardo da cultura do cuidado continua recaindo desproporcionalmente sobre as mulheres, refletindo em políticas como a licença-maternidade, que ainda não tem um equivalente significativo para os pais, perpetuando a desigualdade de responsabilidades.
No caso de licenças ou descanso, o período deveria ser reconhecido como uma necessidade humana fundamental, crucial para retornar ao trabalho de forma mais alinhada e produtiva. Ainda assim, muitos profissionais sentem que precisam justificar essas pausas, como se fossem desvios e não momentos essenciais para o bem-estar e o crescimento pessoal.
É vital que mudemos a forma de enxergar essas pausas e que o mercado comece a valorizá-las como uma parte natural e saudável de qualquer carreira. Até quando continuaremos tratando o cuidado ou a necessidade de desacelerar como um obstáculo, em vez de uma oportunidade de crescimento integral?