O etarismo, preconceito com base na idade, ainda é um tema que enfrenta desafios significativos dentro do ambiente corporativo no Brasil. Apesar de avanços pontuais, muitas organizações ainda não conseguem olhar para o assunto como um debate importante e urgente a ser abordado. Uma pesquisa recente, elaborada pela Robert Half e Labora, constatou que cerca de 61% das empresas ainda não sabem como reter os seus profissionais acima de 50 anos.
Quando se trata de criar oportunidades intergeracionais em seus processos seletivos, 77% das empresas ainda não valorizam essa questão como uma necessidade para um ambiente mais diversificado. O preconceito etário é muitas vezes sutil e difícil de identificar, mas suas consequências são profundas. Ele pode se manifestar na forma de exclusão em processos seletivos, desvalorização de competências e dificuldades de reinserção no mercado para profissionais mais experientes.
Além disso, não se trata apenas de um problema que afeta pessoas mais velhas; profissionais jovens também podem ser alvos, sendo considerados imaturos ou incapazes de assumir responsabilidades maiores. Assim, o etarismo gera uma divisão prejudicial e subutiliza talentos que poderiam agregar diversidade de pensamento e inovação ao ambiente de trabalho.
Apesar dos números ainda muito aquém do ideal, algumas iniciativas já começam a surgir, sinalizando que há espaço para mudança. Empresas que têm apostado em programas de diversidade etária relatam resultados positivos, como o aumento na satisfação dos colaboradores e uma maior capacidade de inovação, devido à mistura de experiências e perspectivas diferentes.
Para enfrentar o etarismo de forma eficiente, é necessário que as organizações ampliem o debate, invistam em campanhas de sensibilização e, principalmente, criem métricas que ajudem a mensurar onde estão e para onde querem ir.
Você já viveu ou conhece alguém que enfrentou o etarismo no mercado de trabalho?