Nos últimos anos, o perfil de liderança nas empresas vem sofrendo transformações importantes de serem analisadas. Cada vez mais, profissionais de Recursos Humanos estão sendo elevados a posições de CEO. Tradicionalmente, as rotas para a alta gestão eram dominadas por áreas como finanças, operações e vendas. Porém, em um cenário onde inclusão, diversidade e bem-estar organizacional se tornaram centrais para o sucesso corporativo, os líderes com formação em RH apresentam uma nova proposta de gestão.
Após uma breve reflexão a respeito dessa nova realidade crescente, separamos algumas razões que podem ilustrar os porquês sobre a era dos RHs:
Mudança no ambiente corporativo: O foco em ESG (Environmental, Social, and Governance) e a crescente valorização da cultura organizacional colocaram a gestão de pessoas no centro da estratégia de negócios. Profissionais de RH são naturalmente capacitados a lidar com essas demandas, alinhando o bem-estar dos colaboradores com os objetivos empresariais.
Complexidade das relações humanas: A globalização, o trabalho remoto e a digitalização intensificaram a necessidade de lideranças que compreendem as nuances das dinâmicas humanas. Os CEOs oriundos do RH trazem consigo a habilidade de navegar por essas complexidades, promovendo ambientes mais engajados e produtivos.
Demanda por empatia e propósito: Os trabalhadores de hoje, especialmente as novas gerações, exigem mais do que estabilidade financeira. Eles buscam empresas com propósito, que valorizem a saúde mental e a diversidade. Profissionais de RH são treinados para entender e antecipar essas expectativas, tornando-os aptos a criar culturas organizacionais que inspiram e retêm talentos.
Uma liderança focada em pessoas traz benefícios como maior engajamento e retenção de talentos, resultando em colaboradores mais motivados e produtivos. Ambientes inclusivos e que valorizam a diversidade estimulam a inovação e a colaboração, enquanto uma cultura corporativa positiva fortalece a resiliência organizacional, equilibrando o desenvolvimento humano com a sustentabilidade financeira.
Mas essa nova forma de liderar traz desafios, como o risco de o foco excessivo em questões humanas conflitar com as necessidades financeiras imediatas. CEOs com experiência em RH devem equilibrar empatia e pragmatismo, garantindo que decisões difíceis, porém necessárias, não sejam evitadas. Sem uma base sólida em estratégias financeiras, o impacto positivo no engajamento pode não se traduzir em crescimento econômico, destacando a importância de equilibrar a valorização do capital humano com a obtenção de resultados.
Para refletirmos um pouco, ficam os questionamentos: será que estamos prontos para medir o valor da empatia e da cultura organizacional com o mesmo peso com que medimos os resultados financeiros? Essa nova forma de liderar traz mais benefícios do que riscos, ou será que ainda existem desafios que subestimamos?